terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eucaristia deve alentar vontade mais decisiva, diz Cardeal Geraldo Agnelo





Dom Geraldo Agnelo aponta missa como fortalecimento da coerência cristã

Eucaristia deve alentar vontade mais decisiva, diz Cardeal


SALVADOR, quinta-feira, 6 de agosto de 2009 (ZENIT.org) - O Arcebispo de Salvador (Brasil), Cardeal Geraldo Agnelo, afirma que a participação com fé na eucaristia deve promover uma “vontade mais decisiva” no testemunho da coerência cristã.

No contexto do Evangelho desse domingo, o Cardeal explica –em artigo enviado a Zenit na terça-feira– que, “com a multiplicação dos pães e a apresentação de Jesus como o pão da vida começa a revolução silenciosa de Cristo que transforma por dentro as pessoas e pode mudar o mundo”.

Ao encontrar Jesus na sinagoga de Cafarnaum, as pessoas procuram “o pão material, e Jesus fala do espiritual”.

Dom Geraldo destaca que os chefes religiosos de Cafarnaum recordaram-se do maná que tinha nutrido os seus antepassados no deserto do Sinai.

“Os botânicos classificam o maná como arbusto típico do deserto. Cresce em condições difíceis, útil para nutrimento em situações desfavoráveis. Consideravam os hebreus um portento, um grande dom de Deus”. “Os hebreus consideraram o maná como pão do céu”, explica.

Segundo o Arcebispo, os galileus, “recordando-se do passado, disseram a Jesus: Moisés nos deu o maná, o pão do céu, e tu o que nos dás?”

“Mas Jesus esclarece: ‘Moisés não vos deu o pão do céu, mas é o meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu’. Eis aqui o pão verdadeiro que o Pai vos dá hoje, o dá para a fome dos homens hoje.”

“Mas os galileus não tinham compreendido”, recorda o Arcebispo. “Então Jesus revelou a verdade escondida: ‘Eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá mais fome’. Com este modo explícito, mas tão obscuro, Jesus começava a preparar os seus discípulos para o mistério indizível da Eucaristia”.

“Para nós, depois de dois mil anos de reflexão, é menos difícil compreender. Sabemos: o Verbo encarnado queria tornar-se o “Deus conosco” para sempre, ficar conosco de modo visível e sensível sempre, e a Eucaristia foi a misteriosa, extraordinária modalidade por ele escolhida”, afirma o Cardeal Agnelo.

O Arcebispo de Salvador reconhece que há “grande fadiga para distinguir o pão material daquele que nutre o espírito”.

“Jesus na Última Ceia dirá: ‘Tomai e comei, isto é o meu Corpo...’ Pedro e os apóstolos acreditaram. Ao longo dos séculos sempre há no mundo tantas pessoas de fé em torno de Jesus. E continua a crescer o número.”

“Cada domingo, dia do Senhor, em tantas comunidades eclesiais os cristãos se encontram para fazer comunhão com o Senhor ressuscitado, e fazer comunhão entre si.”

Terminada a missa –indica o Arcebispo– “nós, se participamos com fé, voltamos a nossas casas com idéias mais claras e com vontade mais decisiva, para um empenho de coerência cristã”.

Dom Geraldo cita Paul Claudel: “Quando tiveres Deus no coração, possuirás o Hóspede que não te dará mais repouso” e o Cura d’Ars: “Não sou digno de recebê-lo, mas tenho necessidade dele”.


Cardeal Geraldo Agnelo
Arcebispo de Salvador

Nenhum comentário:

Postar um comentário