terça-feira, 4 de agosto de 2009

FESTA SANTO CURA D’ARS - Cardeal Hummes preside Missa em Ars e na Homilia adverte que sacerdotes devem rezar sem cessar e com amor incondicional



FESTA S.JOÃO MARIA VIANNEY
ARS, 04 DE AGOSTO DE 2009

TRECHOS DA HOMILIA DE D.CLÁUDIO HUMMES

ARS, 04 DE AGOSTO DE 2009 / - O Cardeal D. Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, foi especialmente à Ars, na França, cidade natal de São Maria Vianney, o Santo Cura de Ars, para presidir a Celebração Solene da Missa no dia da sua Festa. Neste ano de 2009, fazem 150 anos da morte do Santo Cura, fato inspirador ao Papa Bento XVI para a convocação de um Ano Sacerdotal como período jubilar de reflexão: “um Ano proclamado “visando a favorecer a tensão dos Sacerdotes para a perfeição espiritual da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério”, e para que todo o povo de Deus, e, em especial, os sacerdotes, possam redescobrir e revigorar a consciência do extraordinário e indispensável dom do sacerdócio ordenado(Congregatio pro Clericis-N. 2009 1905).

As Celebrações em Ars em honra a São João Maria Vianney terão início com a celebração de uma Missa Solene presidida pelo Cardeal D.Cláudio Hummes e prosseguirão pela tarde com uma procissão com a relíquia do coração do santo e se encerrará com a celebração solene das vésperas na própria Basílica d'Ars.

Na Homilia da celebração da Missa em Ars, o Prefeito da Congregação para o Clero disse:

"Este Ano Sacerdotal tem diante de si como modelo o Santo Cura d'Ars para todos os sacerdotes no mundo. O seu significado é grande para todos os sacerdotes nestes tempos. Ainda que estejamos um pouco distantes, em outra cultura, em outra época histórica, a sua mensagem é sempre muito válida.

O exemplo para o Ano Sacerdotal é o do Santo Cura D’Ars, cuja vida "é rica de ensinamentos. Ele aparece como modelo sacerdotal por sua vida de fé e oração constante, por sua espiritualidade profunda e sólida, sua penitência, sua humildade e pobreza, seu modo de colocar a celebração da Missa ao centro da vida paroquial, seu infatigável e maravilhoso ministério do sacramento da Confissão, seu ministério da Palavra de Deus para a predicação e a catequese, seu amor pelos pobres, sua caridade pastoral que o levava a encontrar a cada habitante de sua paróquia para convertê-lo e salvá-lo. São João Maria Vianney, não queria perder a ninguém e não queria descansar sem antes ter visto todos na igreja, assíduos e freqüentes na recepção dos sacramentos.

Assim também nós, os sacerdotes, pelo simples fato de nossa ordenação, estamos todos consagrados para participar da missão universal do Filho de Deus, Jesus Cristo. É nosso ser sacerdotal e missionário. Com a exigência de adaptar-nos às necessidades específicas de nossa época, somos 'enviados' para anunciar a Boa Nova a todos os homens, em particular, como fez o Cura D’Ars, a todos os batizados que se afastaram da luz da fé, começando pelos mais pobres.

O sacerdote não pode limitar-se ao seu templo paroquial mas sim deve sair dele para procurar os fiéis. Ressaltemos a importância de atendê-los no sacramento da confissão porque ainda hoje, certamente, nossos contemporâneos procuram o perdão, a paz interior, a reconciliação com Deus e o próximo, mas com freqüência não encontram à pessoa que possa lhes indicar o caminho ou que os compreenda na confissão. É verdadeiramente um ministério essencial de todo sacerdote.

A sociedade moderna encontra-se dispersa em rebanhos de ‘ovelhas sem pastores’ e por isso ser sacerdote quer dizer ‘ser missionário, ser enviado para o anúncio da Boa Nova a todos os homens, a começar dos pobres’. Para isso, os sacerdotes devem participar da ‘caridade pastoral de Cristo’, ‘rezando sem cessar e com amor incondicional’, pois somente assim se tornarão um ‘bons pastores que doam a vida pelos outros’.

A Igreja quer dizer aos sacerdotes que dá graças a Deus por eles, que os admira e os ama, que os sustenta com sua oração, que os acompanha em seu caminho de fidelidade, lhes manifesta seu reconhecimento, quer ajudá-los concretamente e colaborar com eles em sua tarefa pastoral”.

Na conclusão da Homilia, D.Claudio destacou o papel da família no nascimento das vocações:

"As estatísticas francesas revelam que muitos seminaristas provêm de famílias profundamente cristãs. Por isto, os núcleos familiares devem ser verdadeiras igrejas domésticas, focos ardentes de fé e de amor e de oração conjunta".

Aos pais, aconselhou que:

"Não tenham medo que o Senhor escolha um de vossos filhos para fazê-lo sacerdote; pelo contrário, ousem pedir a Deus a graça de uma vocação sacerdotal na família. Descobrirão que dar um padre à Igreja é uma verdadeira benção".

Convido os presentes a fazerem de suas famílias verdadeiras Igrejas domésticas, focos ardentes de fé e amor, aonde se reze juntos. Não tenham temor se o Senhor escolher a um de seus filhos para fazê-lo sacerdote. Ousem, por outra parte, pedir-lhe ao Senhor a graça de uma vocação sacerdotal em sua família".

Dom Cláudio revelou que quer aproveitar que está na França para visitar também outros santuários rezando pelos sacerdotes e levando a mensagem do Ano Sacerdotal.

"Irei a Lisieux para orar com Santa Teresa pedindo que ela continue a interceder constantemente pelos sacerdotes. Depois, quero ir também à Sacre-Couer de Montmartre, em Paris, porque o Sagrado Coração de Jesus tem uma especial importância para os próprios sacerdotes. Por fim, a Lourdes, para rezar pelos sacerdotes enfermos".


Cardeal D.Cláudio Hummes
Prefeito da Congregação para o Clero
Homilia da Missa na Festa do Cura D’Ars
Ars, 04 de agosto de 2009

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