sábado, 10 de abril de 2010

Evangelho do domingo, 11 de abril, Jo 20, 19-31: Meu Senhor e meu Deus!



II DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010
Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31

Meu Senhor e meu Deus!

Era a manhã de páscoa. Aqueles primeiros discípulos estavam escondidos, cheios de medo. Jesus se apresenta no meio deles: Eu em pessoa desde estes sinais de morte. Eu os saúdo com minha Vida.

«E os discípulos se encheram de alegria ao ver o Senhor». Era como sair de um pesadelo e ver com seus próprios olhos o milagre das promessas de seu Mestre cumpridas; receber sua paz em meio a todos os tormentos que lhes afligiam. Quando Tomé chegou, o discípulo que faltava, rapidamente lhe deram a grande notícia: «Vimos o Senhor». Mas era insuficiente para quem também havia visto todo o processo do Senhor. Não era fácil apagar de sua memória aquele pânico que fez seus companheiros esconderem-se. Por isso sua resposta: eu vi como Ele morreu. Se dizem que esteve aqui, eu acreditarei se apalpar sua evidência.

A condescendência de Deus para com todas as durezas dos homens está representada na resposta que Tomé recebe por parte de Jesus, quando ao voltar ali oito dias depois, lhe diz que toque o que lhe parecia impossível. É o perfeito tipo de agnóstico, tão comum hoje em dia: não nego que isto sucedeu, mas se não o vejo e não o toco, não creio.

E a este agnosticismo Jesus o chamará simplesmente incredulidade: «Aproxima a tua mão e coloca-a em minha chaga, e não sejas incrédulo mas creia». A famosa resposta de Tomé é a que recitamos interiormente depois da consagração da Eucaristia: «Meu Senhor e meu Deus», dando fé da Presença Real de Jesus Cristo que os sentidos nos roubam na aparência do pão e do vinho.

Hoje, nós que cremos na Ressurreição de Jesus, temos que prolongar aquele diálogo entre Jesus e seus discípulos: anunciar a vida nos estigmas da morte em as todas suas formas.

Somos as testemunhas de que aquilo que aconteceu a Jesus, também sucedeu a nós: o ódio, a obscuridade, a violência, o medo, o rancor, a morte, quer dizer, o pecado, não tem já a última palavra. Cristo ressuscitou e Nele foram mortas todas as nossas mortes. Disto somos testemunhas. Apesar de todas as cicatrizes de um mundo velho, não solidário, violento, que mancha a dignidade do homem e não dá glória a Deus, nós dizemos: Vimos o Senhor! Oxalá nossa geração se encha de alegria como aqueles discípulos e como Tomé diga também: Meu Senhor e meu Deus!


D. Jesús Sanz Montes, ofm
Arcebispo de Oviedo
Administrador Apostólico de Huesca e Jaca
Arquidiocese de Oviedo

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