sexta-feira, 19 de março de 2010

São José, o homem em quem Deus confiou



SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM MARIA
SOLENIDADE
19 DE MARÇO


Ofício Solene próprio
2Sm 7,4-5ª.12-14ª.16
Sl 88 (89), 2-3.4-5.27 e 29
Rm 4,13.16-18.22
Mt 1,16.18-21.24ª ou Lc 2,41-51a


São José, o homem em quem Deus confiou

Celebremos com a maior solenidade possível a São José, esposo da Santíssima Virgem. Nos alegramos em sua festa ao contemplar que, em um homem simples, Deus quis confiar quando tomou nossa carne para a encarnação de seu Filho: o Senhor confia, valoriza as capacidades humanas, os desejos sinceros de amar de José, de ser-Lhe fiel. Por isso, neste dia, desejamos aprender, primeiro de Deus que quis contar com suas criaturas –confiante nelas– para levar a cabo seu plano de Redenção: a maior empresa jamais pensada. Mas também aprendamos de José que não defraudou a Quem havia depositado nele a sua confiança.

Jesus recebeu, de modo especial, até crescer, os cuidados de José. O que era seu pai ante a lei lhe transmitiu sua língua, sua cultura, seu ofício. Pensemos em quantos detalhes do caráter de Jesus seriam de São José, como sucede comumente nas famílias. A relação que Deus quis entre o Santo Patriarca e o Verbo Encarnado nos mostra até que ponto Deus valoriza o homem. Somos certamente muito pouca coisa, apenas nos custa reconhecê-lo. Ao contemplar a fragilidade e imperfeição humanas, entretanto, Deus, não só tomou nossa carne para nascer de uma mulher, mas se deixou cuidar em toda sua primeira infância por pais humanos. E assim, aprendeu –como dizíamos–, talvez sobretudo de seu pai, José, os costumes e tradições próprias de sua região, de seu país, de sua cultura. Jesus aprendeu de José, de modo especial, o seu ofício, e assim era conhecido como o carpinteiro ou o filho do carpinteiro.

Mas quando Jesus começou a ser conhecido em Israel, muito possivelmente José já teria falecido. As narrações evangélicas não o mencionam durante a vida pública do Senhor. Em sua infância, entretanto, e antes inclusive de seu nascimento, sim nos falam de José e de sua fidelidade.

Estando desposado com a Santíssima Virgem e compreendendo que Ela esperava um filho sem que tivessem convivido, como era justo e não queria expô-la à infâmia, pensou repudiá-la em segredo. Assim manifesta sua virtude: decidiu retirar-se do mistério da Encarnação sem difamar a Nossa Mãe e foi necessário que um anjo lhe dissesse: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua esposa, pois O que nela foi concebido é Obra do Espírito Santo. Dará à luz um filho, e lhe porás por nome Jesus, porque Ele salvará a seu povo de seus pecados.

José é justo, como disse o evangelhista, e Deus pode contar com ele. Não se escandaliza da concepção milagrosa de Maria; pelo contrário, se dispõe a fazer como o anjo lhe indicara: ao despertar José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu a Maria por sua esposa. E, sem que a houvesse conhecido, ela deu à luz um filho e lhe pôs o nome de Jesus. E assim começa sua missão de pai do Redentor segundo o plano divino. Uma tarefa sobrenatural –como devem ser todas as tarefas humanas– que viveu confiando em Deus enquanto via que Deus havia confiado nele.

Depois da visita dos Magos, quando humanamente podia parecer que as circunstâncias melhoravam depois dos acidentados sucessos em torno do nascimento do Menino Jesus, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta, toma ao Menino e a sua mãe, foge para o Egito e permaneça ali até que eu te diga, porque Herodes vai procurar o Menino para matá-lo. Ele se levantou, tomou de noite o Menino e sua mãe, e fugiu para o Egito, ali permanecendo até a morte de Herodes. Não sabemos quanto tempo permaneceu no Egito com Jesus e Maria; o suficiente, em todo caso, para que tivesse que instalar-se estavelmente em um país estranho, empregar-se em uma ocupação para manter a família, aprender possivelmente um novo idioma, outros costumes, e sem que soubesse até quando, pois o anjo só lhe havia dito: fique ali até que eu te diga.

Novamente resplandecem a fé e a fidelidade de José.

Em sua festa, nos recomendamos ao que foi sempre fiel a Deus, ao que contou em tudo com a confiança de seu Criador. Lhe pedimos nos consiga da Trindade a graça de uma fé na medida da sua quando cuidava de Jesus e de Maria; uma fé que nos leve a nos sentirmos mais responsáveis com Deus, que também se faz presente em nossa vida e confia no amor de cada um.

Passa o tempo no Egito; Herodes morre e é indicado a José que volte a Israel. Podemos vê-lo então, junto a Maria naquela viagem, e depois com o Menino de doze anos em Jerusalém, padecendo o indizível porque Jesus está perdido, apesar de ter José previsto com sua Esposa todos os detalhes para evitar contratempos. Em todo caso, sendo José o cabeça da família, sentiria uma particular dor enquanto Jesus esteve perdido. Mas ao cabo de três dias, O encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, que lhe escutavam e faziam-lhe perguntas.

Que queiramos, nós, sentir também uma dor viva pela ausência de Deus em nossa vida quando não o virmos em nosso dia a dia, e que queiramos também, com a ajuda da Santíssima Virgem, e como José, não parar até encontrá-Lo.


Fonte: Fluvium.org

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