sábado, 6 de fevereiro de 2010

Beato Eduardo Poppe, o "Pedagogo da Eucaristia" (Edward Poppe)



Sacerdotes Santos: Beato Eduardo Poppe, o "Pedagogo da Eucaristia"

Vigário
10 de Junho

Padre Eduardo Poppe foi um grande pedagogo da Eucaristia. Toda a sua vida de sacerdote foi centrada nessa espiritualidade e nela guiava ao sacerdócio eucarístico.

Eduardo João Maria Poppe, nasceu na cidade de Moerzeke-les-Termonde, na Bélgica, no dia 18 de dezembro de 1890 no seio de uma família muito devota. Era o terceiro dos onze filhos de uma modesta família de trabalhadores. Sua educação religiosa começou no seio da própria família, profundamente cristã. Recebe uma educação religiosíssima em casa, sendo continuada no Colégio dos Irmãos da Caridade, onde completou o ensino básico.

Aos quinze anos ingressa no Seminário de São Nicolau, em Waas, na Diocese de Gand, destacando-se como estímulo a todos os seus companheiros e exemplo de caridade e piedade, principalmente, pelo grande desejo de realizar, do modo mais perfeito, a vontade de Deus.

Em setembro de 1910 é chamado ao exército e aí inicia seus estudos de filosofia, se inscrevendo na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica dessa cidade. Foi durante o serviço militar que Eduardo percebeu sua vocação religiosa. O serviço militar lhe dá a oportunidade de amadurecer a vocação sacerdotal através das muitas e duras provas, dedicando-se a um inteligente apostolado com os soldados, defendendo sempre a devoção à Eucaristia e à Nossa Senhora, de quem deverá ser um grande propagador entre os jovens e os sacerdotes.

Em 1912, aos 22 anos, Eduardo Poppe, depois de haver terminado o serviço militar, ingressou no Seminário filosófico Leão XIII de Lovanio. Foi para ele um período de intensa vida espiritual. Encontra o “Tratado da verdadeira devoção à Maria”, escrito por S. Luis Mª Grignon de Montfort, e assimilou a sua doutrina e seu espírito praticando a “escravidão do amor”. Se forma em filosofia e letras em 14 julho de 1913, passando então ao seminário maior da sua Diocese de Gent (Gand) para terminar os estudos teológicos.

Ao estourar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi convocado à servir as armas em 1914, servindo junto à Cruz Vermelha como enfermeiro, atendendo as ambulâncias que chegavam com os feridos e onde dá mostras de caridade até o grau de adoecer de fatiga.

Em abril de 1915 retorna ao seminário de Gand, onde em 1º de maio de 1916, recebe a Ordenação sacerdotal. De imediato é nomeado vigário na Igreja de Santa Coleta, num bairro operário de Gante, e inicia seu ministério entre a população mais pobre, difundindo a devoção à Eucaristia e à Virgem Maria, e destacando-se pelo amor aos pobres, aos marginalizados, aos moribundos e às crianças. Aí dá mostra de exemplar virtude ao atender aos mais necessitados. Seu apostolado não reduz a sua hora dedicada à oração e à adoração eucarística feita de dia e de noite. Sua fortaleza espiritual vinha do passar muito tempo ante o Sacrário.

Sempre humilde, pobre, discreto, destacado, se preocupava em preparar as crianças com o Catecismo para a Primeira Comunhão, quase todos filhos de socialistas e anti-clericais. Para tanto, formou um grupo de jovens “catequistas eucarísticos” para dar ênfase à devoção Eucarística. Logo este trabalho tornou-se conhecido, chegando a outras paróquias da Diocese e sendo nelas instituído. Assim, logo Padre Eduardo elabora e escreve o "Manual do catequista eucarístico" em 1917. Mas não criou apenas o "manual"; ele instituiu a "Liga da Comunhão freqüente", entre as crianças e os operários.

Seu envolvimento com o próximo era de um alto grau de disponibilidade e caridade. Um dia é avisado que na paróquia há um enfermo em estado grave. O sacristão pede ao padre para não ir: “Não vá, Padre, este homem é um demônio!”. Assim mesmo, o padre foi visitá-lo. Ao entrar no quarto acendeu uma pequena vela que levava consigo, diante de uma estatueta da Imaculada, e suplica: “Não permita, ó Maria, que este homem morra como um cão”. No dia seguinte volta com outra vela. O enfermo se abre então a um bom sentimento e pergunta ao padre: “o senhor quer um fósforo?”. O padre aceita, acende a vela e reza em voz alta. Quando termina, o homem pede para reconciliar-se com Deus.

No final da primeira guerra mundial, em 1918, seu apostolado foi interrompido por motivos de saúde e viu-se obrigado a deixar a paróquia, tendo sido transferido para a zona rural, quando nomeado diretor do Convento das Irmãs de São Vicente de Paulo em Moerzeke-lez-Termonde, sendo capelão dessa comunidade religiosa. No silêncio e na meditação amadureceu a sua obra melhor. Dedicou-se, então, à contemplação, ao estudo, à pregação na região da Flandres e a escrever opúsculos contra o marxismo, o materialismo e a secularização. Ali continuou com sua preocupação em manter acesa a chama da fé cristã nos jovens catequistas, sendo alguns, filhos também de famílias socialistas e anti-clericais. Aperfeiçoou e foi criador de alguns métodos apostólicos de vanguarda, promoveu associações sacerdotais, o apostolado dos leigos, a renovação litúrgica e da catequese, a educação na fé e o movimento social. Forma o “Círculo de Catecismo”, assim como a “Liga de Comunhão frequente”. Confessor e pregador incansável, exclamou ante a pergunta de um sacerdote ao vê-lo em frente ao altar: "...estou fazendo companhia a Nosso Senhor. Me encontro demasiado cansado para falar-Lhe, de modo que estou aqui descansando a seu lado".

Grande influência teve na sua vida sacerdotal a visita, em 1920, ao túmulo de Santa Teresa do Menino Jesus no Carmelo de Lisieux, e desta Santa aprendeu o modo de aprofundar a sua via espiritual.

Em 1921, viaja a Leopoldsburg porque o Cardeal o nomeou Diretor espiritual do CIBI, reservado a noviços que se destinavam ao serviço do altar, religiosos missionários, estudantes de teologia, seminaristas, e pelos religiosos e sacerdotes de todo o país chamados ao serviço militar. Padre Eduardo Poppe se estabelece então, em Leopoldsburg, e ai também seu trabalho floresce, exercendo um intenso e frutífero ministério entre os jovens servidores do altar. Foram os seus últimos quinze meses de atividade pastoral. Seu trabalho expandiu-se para os sacerdotes, os quais pediam o seu conselho para a sua vida interior e Padre Poppe lhes estimulava ao culto e ao apostolado Eucarístico e à devoção à Maria. Cuidava assim da formação espiritual dos clérigos e também de muitas pessoas que o procuravam.

Mais tarde os problemas de sua saúde se agravaram. Apesar da pouca idade Padre Eduardo sofria do coração, convivendo desde a infância com uma doença cardíaca congênita, o que o obrigava a passar os seus dias em uma poltrona, de onde escreve suas obras mais famosas para os padres. Toda a sua mensagem é escrita com vivacidade e linguagem simples, mas rica de paixão eucarística e mariana. E foi neste período que ele escreveu sua extensa e notável bibliografia catequética com ênfase na Eucaristia. Dela se destacaram as obras: em 1920 a "Direção espiritual dos jovens"; em 1923, "Salvemos os operários" e "Apostolado eucarístico paroquial"; em 1924, "O método de ensino da Eucaristia" e "O amigo dos jovens", que logo alcançou 200.000 cópias na língua holandesa, além de quatro outros trabalhos que foram publicados após sua morte.

Mas o "Método de ensino da Eucaristia" foi a sua obra que lhe rendeu o título de "pedagogo da Eucaristia" e que foi considerado pelo Cardeal Mercier da Bélgica, "uma pequena obra-prima" ... "Breves páginas cheias de conteúdo cristão, imbuídas de caridade sacerdotal bem apropriada ao trabalho de educação cristã".

Em 1921, o cardeal nomeou diretor espiritual de alimento reservado para os missionários religiosos, estudantes de teologia, o clero forçou o serviço militar, padre Eduardo Poppe liquidados em Leopoldsburg jogando um intenso e frutífero ministério entre os jovens para o altar.

Porém, aos trinta e quatro anos de idade, extenuado devido aos contínuos jejuns e penitências, assim como por seu árduo labor catequético, Padre Eduardo Poppe, que com seus escritos e sua pregação propagou por Flandes, em tempos difíceis, a formação cristã e a devoção à Eucaristia, falece repentinamente a 10 de Junho de 1924, em odor de santidade, no Convento de Moerzeke-lez-Termonde, para onde havia se retirado para um breve período de férias. Partiu para Deus com o olhar fixo na imagem do Coração de Jesus, o amor misericordioso ao qual se tinha consagrado totalmente.

A sua morte causou forte comoção popular e no meio do clero, sendo imediatamente venerado por sua santidade. Sobre ele existe uma grande bibliografia. Em 5 de abril de 1966 foi introduzida a Cauda de sua Beatificação. Foi declarado Venerável em 30 de Junho de 1986 por João Paulo II. Depois de um milagre atribuído a sua intercessão e aprovado em 3 de julho de 1998, foi beatificado em 3 de outubro de 1999, também pelo Papa João Paulo II, que o nomeou de o "Pedagogo da Eucaristia", e sobre quem afirmou: "...consagrou sua vida a Cristo no ministério sacerdotal. Ele se converte hoje em modelo para os sacerdotes”.


Fontes:
Clerus.org
Catolicanet.com
Prof. Felipe Aquino
Santi Beati

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