segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Confissões do Cardeal John P. Foley




Confissões do Cardeal John P. Foley

Purpurado compartilha recordações de sua vocação

ROMA, 18 de agosto de 2009 (ZENIT.org) - Para o Cardeal norte-americano John P. Foley, não há nada mais importante na vida que ensinar às pessoas quem é Jesus e ajudá-las crescer em sua proximidade.

Em pleno Ano Sacerdotal, o grão-mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém sentou com ZENIT para refletir sobre sua vida como sacerdote.

O antigo Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais reconhece o exemplo de seus pais e de sacerdotes que conheceu, como instrumento fundamental para descobrir sua vocação, mas também destaca dois eventos marcantes de sua vida.

“Eu entrei no seminário duas vezes: uma depois do ensino médio e outra, depois da universidade. Em meu último ano do ensino médio, durante o Natal, fui para nossa Igreja paroquial e me ajoelhei em frente à manjedoura. Disse: ‘Senhor, Tu me deste tudo o que tenho – minha vida, minha família, minha fé, uma educação muito boa – e eu quero devolver-te tudo’”, recorda.

Desta maneira, ao final desse ano, o jovem entrou no noviciado jesuíta. Após vários meses, disse a si mesmo: “Creio que seria mais feliz como sacerdote diocesano”. John Foley deixou então os jesuítas e acabou seu curso de História na Universidade de São José, na Filadélfia, Pennsylvania.

“Aconteceu algo ‘crucial’ neste momento: fazer voluntariado e dar catequese a crianças com deficiência mental. Havia seis crianças nessa escola a quem eu ensinava o catecismo; a Irmã superiora viu e disse: ‘Bem, crianças, gostam do senhor Foley?’. Um menino respondeu: ‘Não! Não! Amamos o senhor Foley!’. Pensei que era uma maravilhosa distinção realizada por um menino com deficiência mental”, recorda.

E continua: “Ela disse: ‘Por que amam o senhor Foley?’. Ele disse: ‘Amamos o senhor Foley porque nos ensina sobre Jesus –acrescenta. E eu pensei: ‘Não há nada mais importante na vida que ensinar as pessoas sobre Jesus e levá-las a Jesus’. Isto solidificou minha vocação ao sacerdócio”.

Entrou no seminário diocesano no final de seu último ano de universidade e foi ordenado sacerdote cinco anos depois.

Apoio familiar

O Cardeal confessa: “Nunca tive um dia infeliz sendo sacerdote, amei o sacerdócio”.
Também destaca a função de sua família como apoio a sua vocação sacerdotal e afirma que seus pais “nunca disseram: ‘Deveria ser sacerdote’; nem tampouco puseram alguma objeção quando deixei o seminário ou retornei novamente. Eles sempre apoiavam o que eu decidia fazer. Eram maravilhosos”.

Também recorda a contribuição de uma irmã religiosa que lhe deu uma cópia da “Imitação de Cristo” quando ainda estudava na escola. O Cardeal sublinha que leu durante toda a etapa do ensino médio e ainda conserva o livro, que continua lendo e meditando.

Após 47 anos de sacerdócio, sustenta que as principais dificuldades contra as quais luta pertencem à cultura, que “parece ser cada vez mais secularizada”.

Nascido no subúrbio da Filadélfia em 1935, completará 74 anos em novembro. “A idade te deixa mais lento e não podes fazer todas as coisas que gostarias. Contudo, Santo Inácio nos ensina em seus Exercícios Espirituais que ‘devemos entregar-nos a Deus na saúde e na enfermidade, na pobreza e na prosperidade’. Portanto, devemos ser indiferentes neste sentido e limitar-nos a usar tudo para maior glória de Deus”.

E explica que este é seu lema episcopal: “Ad maiorem Dei gloriam: para maior glória de Deus”.

Momentos memoráveis

Apesar das dificuldades naturais que surgem, destaca o Cardeal, houve alguns grandes momentos em seu sacerdócio. Recorda que seus melhores momentos estão associados com os dois Pontificados sob os quais pôde servir em Roma.

O purpurado destaca especialmente as viagens com o Papa João Paulo II em 1979 à Polônia e aos Estados Unidos, assim como as visitas com Bento XVI à Terra Santa e aos Estados Unidos, no ano passado.

Acrescenta que outro ponto culminante de seu ministério sacerdotal é o trabalho que realizou durante 25 anos como comentarista para uma rede de televisão norte-americana nas cerimônias papais no Natal, Semana Santa e Sexta-Feira Santa.

“É um caminho de evangelização –explica– explicar para as pessoas o que está acontecendo na liturgia, para que possam apreciar o culto católico e outros possam introduzir-se no que cremos e em como trabalhamos como católicos”.

Confessa o Cardeal Foley: “Como sacerdote, tive momentos especiais de consolo ajudando as pessoas a viverem seu matrimônio ou recebendo pessoas na Igreja”. Em concreto lhe emociona o caso de “um companheiro de classe na universidade de Columbia que pediu para converter-se ao catolicismo; era judeu, um judeu não praticante. Também muitas pessoas com as quais havia debatido quando estava na universidade, e com as quais havia discutido sobre teologia, decidiram finalmente converter-se ao catolicismo”, acrescenta.

No Ano Sacerdotal, ZENIT oferece as “confissões” sobre a vocação de cardeais, bispos e sacerdotes. A série foi aberta pelo Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento XVI.

Cardeal John P. Foley
Grão-mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém

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