domingo, 23 de agosto de 2009

Bento XVI e a vocação dos sacerdotes e avós



Bento XVI e a vocação dos sacerdotes e avós

Intervenção durante o Angelus presidido em Les Combes


LES COMBES, domingo, 26 de julho de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento XVI pronunciou neste domingo ao rezar a oração mariana na pradeira da residência de Les Combes d’Introd, localidade do Vale de Aosta, nos Alpes italianos, na qual transcorre suas férias.

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Queridos irmãos e irmãs:

Hoje, neste esplêndido domingo em que o Senhor nos mostra toda a beleza de sua criação, a liturgia prevê como página evangélica o início do capítulo 6 de João, que em primeiro lugar apresenta o milagre dos pães – quando Jesus deu de comer a milhares de pessoas com somente 5 pães e 2 peixes; e depois o outro prodígio do Senhor, que caminha sobre as águas do lago na tempestade; e por último, o discurso em que Ele se revela como “pão da vida”.

Ao narrar o “sinal” dos pães, o evangelista sublinha que Cristo, antes de distribuí-los, abençoou-os com uma oração de ação de graças (cf. Versículo 11). O verbo éeucharistein e faz referência diretamente à narração da Última Ceia, em que, de fato, João não refere a instituição da Eucaristia, mas o lavatório dos pés. Aqui, a Eucaristia fica como antecipada no grande sinal do pão da vida.

Neste Ano Sacerdotal, recordamos que especialmente nós, os sacerdotes, podemos nos ver neste texto de João, tomando o lugar dos apóstolos, quando dizem: “Onde poderemos encontrar pão para toda esta gente?” E ao ver o anônimo jovem que tem 5 pães de cevada e 2 peixes, também a nós surge espontaneamente a pergunta: “Mas o que é isso para uma multidão tão grande?”. Em outras palavras: quem sou eu? Como posso, com meus limites, ajudar Jesus em sua missão? E o Senhor nos dá a resposta: precisamente ao colocar em suas “santas e veneráveis” mãos o pouco que são, os sacerdotes se convertem em instrumentos de salvação para muitos, para todos.

Um segundo ponto de reflexão nos é dado pelo dia de hoje, memória dos santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora e, portanto, avós de Jesus. Esta celebração leva a pensar no tema da educação, que tem um lugar tão importante na pastoral da Igreja. Em particular, convida-nos a rezar pelos avós, que na família são os depositários e com frequência as testemunhas dos valores fundamentais da vida. A tarefa educativa dos avós sempre é muito importante, ainda mais quando, por diferentes razões, os pais não são capazes de garantir uma adequada presença junto aos filhos na fase de crescimento.

Confio à proteção de São Joaquim e Santa Ana todos os avós do mundo, enviando-lhes uma bênção especial. E que Nossa Senhora, quem, segundo uma bela iconografia, aprendeu a ler as Escrituras sentada no colo de sua mãe, lhes ajude a vivificar sempre a fé e a esperança com os mananciais da Palavra de Deus.


Papa Bento XVI
Angelus, 26 de julho de 2009

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