terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Festa da Apresentação do Senhor: Simeão se aproxima, toma o Menino nos braços e reconhece nele o Messias



Apresentação do Senhor, Festa
Ofício festivo próprio
Leituras:
Ml 3, 1-4 ou Hb 2, 14-18
Sl 23 (24), 7.8.9.10
Lc 2, 22-40


Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz, porque, até o momento em que peguei em Cristo e o apertei nos meus braços, eu estava como que prisioneiro e não podia libertar-me dos laços que me prendiam

Simeão sabia que mais ninguém nos pode fazer sair da prisão do corpo, com esperança numa vida futura, senão aquele que ele tinha nos braços. Por isso lhe diz: “Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz, porque, até o momento em que peguei em Cristo e o apertei nos meus braços, eu estava como que prisioneiro e não podia libertar-me dos laços que me prendiam.”

Note-se que isto não vale apenas para Simeão, mas para todos os homens. Se alguém deixa este mundo e quer ganhar o Reino, que tome Jesus nas suas mãos, que o envolva com os seus braços, que o aperte ao seu peito, e então poderá dirigir-se radioso ao lugar que deseja...

“Todos aqueles que o Espírito anima são filhos de Deus” (Ro 8,14). Foi, pois, o Espírito Santo quem conduziu Simeão ao Templo. Se também tu queres pegar em Jesus, apertá-lo nos teus braços e tornar-te digno de sair da prisão, esforça-te por te deixares conduzir pelo Espírito, para chegares ao templo de Deus.

Desde já te encontras no templo do Senhor Jesus, isto é, na sua Igreja, no seu templo construído com pedras vivas (1Pe 2,5)... Se, trazido pelo Espírito, vieres até ao Templo, encontrarás o Menino Jesus, tomá-lo-ás nos braços e dir-lhe-ás: “Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz.” Esta libertação e esta partida fazem-se na paz... Quem é que morre em paz, senão quem tem a paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência e guarda o coração dos que a possuem? (Fl 4,7) Quem é que se retira em paz deste mundo, senão aquele que compreende que Deus veio em Cristo reconciliar o mundo consigo?


Orígenes, presbítero e teólogo
In Lucam Homilia XV
Patrologia Grega 13, 1838-1839

Nenhum comentário:

Postar um comentário