terça-feira, 25 de agosto de 2009

Fidelidade de Cristo. Fidelidade dos Sacerdotes





Fidelidade de Cristo. Fidelidade dos Sacerdotes


Iniciado o Ano Sacerdotal para toda a Igreja no dia 19 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, os sacerdotes recebemos do Papa Bento XVI uma Carta especial. Nela o mesmo Santo Padre propõe as motivações e o tema para o Ano Sacerdotal iniciante. Motivação: a celebração dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, padroeiro dos párocos. Lema: Fidelidade de Cristo. Fidelidade dos sacerdotes.

Este Ano especial quer motivar os sacerdotes e toda a comunidade dos fiéis a reconhecer o imenso dom de Deus que é o sacerdócio de Cristo em Sua Igreja. Quer despertar para a gratidão pelo dom recebido e estimular maior santidade de vida e ministério nos sacerdotes, o que se reverterá em muito bem para todos os irmãos confiados a seu pastoreio.

O Santo Padre toma a vida e os ensinamentos do santo sacerdote Cura d’Ars, São João Maria Vianney, como luminoso modelo para todos os sacerdotes em sua vida consagrada e no exercício de seu ministério pastoral. A fidelidade de Cristo ao Pai e à humanidade se espelha nele e será também estímulo espiritual para todos os que são chamados, consagrados e enviados pelo mesmo Jesus, como participantes de sua missão salvadora.

Como o foi para o Santo Cura da cidade de Ars na França, será para todo sacerdote o Coração de Jesus, em seu extremo de Amor pela humanidade, fidelidade perfeita ao projeto amoroso do Pai para a salvação do mundo, fidelidade de Amor misericordioso para com os homens, modelo do sacerdote formado “coração a coração” com Cristo, o Bom Pastor que, tomado de compaixão, dá a vida por suas ovelhas.

“Deixar-se conquistar plenamente por Cristo! Esta foi a finalidade de toda a vida de São Paulo, a quem dirigimos a nossa atenção durante o Ano paulino que já está próximo do seu encerramento; esta foi a meta de todo o ministério do Santo Cura d’Ars, que invocaremos durante o Ano sacerdotal; este seja também o objetivo principal de cada um de nós. Para ser ministros ao serviço do Evangelho, é certamente útil o estudo com uma formação pastoral atenta e permanente, mas é ainda mais necessária a “ciência do amor”, que só se aprende de “coração a coração” com Cristo. Com efeito, é Ele que nos chama a partir o pão do seu amor, para perdoar os pecados e para guiar o rebanho em seu nome. Precisamente por isso nunca devemos afastar-nos da nascente do Amor que é o seu Coração trespassado na cruz" (da Homilia de Bento XVI na abertura do Ano Sacerdotal - 19 de junho de 2009).

Da santidade de vida e entusiasmo generoso no ministério, o sacerdote será dom especial de Deus para tornar presente o próprio Jesus para os irmãos, para que seus gestos salvadores se prolonguem no tempo e cheguem a todas as pessoas.

“Só assim seremos capazes de cooperar eficazmente para o misterioso “desígnio do Pai”, que consiste em “fazer de Cristo o coração do mundo”! Desígnio que se realiza na história, na medida em que Cristo se torna o Coração dos corações humanos, começando a partir daqueles que são chamados a estar mais próximos dele, precisamente os sacerdotes. Chamam-nos a este compromisso constante as “promessas sacerdotais”, que pronunciamos no dia da nossa Ordenação e que renovamos todos os anos na Quinta-Feira Santa, na Missa crismal. Até as nossas carências, os nossos limites e debilidades devem reconduzir-nos ao Coração de Jesus. Com efeito, é verdade que os pecadores, contemplando-O, devem aprender dele a necessária “dor dos pecados” que os reconduza ao Pai, isto vale ainda mais para os ministros sagrados. Como esquecer, a este propósito, que nada faz sofrer tanto a Igreja, Corpo de Cristo, como os pecados dos seus pastores, sobretudo daqueles que se transformam em “ladrões de ovelhas” (Jo 10, 1 ss.), porque as desviam com as suas doutrinas particulares, ou porque as prendem com laços de pecado e de morte? Estimados sacerdotes, também para nós é válido o apelo à conversão e ao recurso à Misericórdia Divina, e devemos igualmente dirigir com humildade uma súplica urgente e incessante ao Coração de Jesus, para que nos preserve do terrível risco de prejudicar aqueles que somos chamados a salvar” (idem).

E a beleza do testemunho de vida será confirmadora da graça de Deus que o sacerdote anuncia e serve aos irmãos.

Toda a Igreja é chamada a se envolver neste Ano Sacerdotal. A oração da Igreja pelos seus pastores, a colaboração fraterna e generosa, o estímulo da própria santidade de vida dos fiéis, será de proveito para todos aqueles que devem ser os servidores da mesma vida divina à Igreja e ao mundo.


D. José Antônio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo de Fortaleza
Shalom.org

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